Ontem estava assistindo ao vídeo do programa Pinga - Fogo com Chico Xavier, gravado na noite de 21 de dezembro de 1971, na TV Tupi, me deu uma vontade imensa de postar algo sobre sua vida, ou melhor sua trajetória de vida, é um programa onde muito se emociona, vendo um espírito de escol como Chico nos trazendo tanto conhecimento, nos trazendo tantas lições de vida, nos ensinando apesar de tudo com seu exemplo de humildade e abnegação, fraternidade...
Que todos tenham uma semana de muita luz e muita paz, que Jesus na sua infinita misericórdia possa envolver a todos com muito carinho e muito amor...
Silvânia.
"Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova
no livro do tempo. Aquilo que colocarmos nela, corre por nossa conta."
"O Cristo não pediu muita coisa, não exigiu que as pessoas escalassem o Everest ou fizessem
grandes sacrifícios. Ele só pediu que nos amássemos uns aos outros."
Agradeço todas as dificuldades que enfrentei; não fosse por
elas, eu não teria saído do lugar. As facilidades nos impedem de caminhar.
Mesmo as críticas nos auxiliam muito
Chico Xavier
Primeira
infância
Nascido no seio de uma família humilde, era filho de João Cândido Xavier, um modesto
vendedor de bilhetes de loteria, e de Maria João de Deus, uma dona de casa
católica e piedosa.
Segundo biógrafos, a mediunidade de Chico teria se manifestado pela primeira
vez aos quatro anos de idade, quando ele respondeu ao pai sobre Ciências,
durante conversa com uma senhora sobre gravidez. Ele dizia ver e ouvir os
espíritos e conversava com eles.
Os abusos da madrinha
A mãe faleceu quando Francisco tinha apenas cinco anos de idade. Incapaz de
criá-los, o pai distribuiu os nove filhos entre a parentela. Nos dois anos
seguintes, Francisco foi criado pela madrinha e antiga amiga de sua mãe, Rita
de Cássia, que logo se mostrou uma pessoa cruel, vestindo-o de menina e
batendo-lhe diariamente, inicialmente por qualquer pretexto e, mais tarde, sob
a alegação de que o "menino tinha o diabo no corpo". Não se
contentando em açoitá-lo com uma vara de marmelo, Rita passou a cravar-lhe
garfos de cozinha no ventre, não permitindo que ele os retirasse, o que
ocasionou terríveis sofrimentos ao menino. Os únicos momentos de paz que tinha
consistiam nos diálogos com o espírito de sua mãe, com quem comunicava desde os
cinco anos de idade o menino viu-o após uma prece, junto à sombra de uma
bananeira no quintal da casa. Nesses contatos, o espírito da mãe recomendava
"paciência, resignação e fé em Jesus" ao filho.
A madrinha ainda criava outro filho adotivo, Moacir, que sofria de uma ferida
incurável na perna. Rita decidiu seguir a simpatia de uma benzedeira, que
consistia em fazer uma criança lamber a ferida durante três sextas-feiras em
jejum, sendo a tarefa atribuída ao pequeno Francisco. Revoltado com a imposição,
Francisco conversou novamente com o espírito da mãe, que lhe aconselhou a
"lamber com paciência". O espírito explicou-lhe que a simpatia
"não é remédio, mas poderia aplacar a ira da madrinha", esta sim
passível de colocar em risco a sua vida. Os espíritos se encarregariam da cura
da ferida. De fato, curada a perna de Moacir, Rita de Cássia melhorou o
tratamento dado a Francisco.
A madrasta
O seu pai casou-se novamente, e a nova madrasta, Cidália Batista, exigiu a
reunião dos nove filhos. Francisco tinha então sete anos de idade. O casal teve
ainda mais seis filhos. Por insistência da madrasta, o menino foi matriculado
na escola pública. Nesse período, o espírito de Maria João parou de
manifestar-se. O jovem Francisco, para ajudar nas despesas da casa, começou a
trabalhar vendendo os legumes da horta da casa.
Na escola, como na igreja, as faculdades paranormais de Francisco continuaram a
causar-lhe problemas. Durante uma aula do 4º ano primário, afirmou ter visto um
homem que lhe ditou as composições escolares, mas ninguém lhe deu crédito e a
própria professora não se importou. Uma redação sua ganhou menção honrosa num
concurso estadual de composições escolares comemorativas do centenário da
Independência do Brasil, em 1922. Enfrentou o ceticismo dos colegas, que o
acusaram de plágio, acusação essa que sofreu durante toda a vida. Desafiado a
provar os seus dons, Francisco submeteu-se ao desafio de improvisar uma redação
(com o auxílio de um espírito) sobre um grão de areia, tema escolhido ao acaso,
o que realizou com êxito.
A madrasta Cidália pediu a Francisco que se aconselhasse com o espírito da
falecida mãe dele sobre como evitar que uma vizinha continuasse a furtar
hortaliças e esta lhe disse para torná-la responsável pelo cuidado da horta,
conselho que, posto em prática, levou ao fim dos furtos.
Assustado com a mediunidade do jovem, o seu pai cogitou em interná-lo. O padre
Scarzelli examinou-o e concluiu que seria um erro a internação, tratando-se
apenas de "fantasias de menino". Scarzelli simplesmente aconselhou a
família a restringir-lhe as leituras (tidas como motivo para as fantasias) e a
colocá-lo no trabalho. Francisco, então, ingressou como operário em uma fábrica
de tecidos, onde foi submetido à rigorosa disciplina do trabalho fabril, que
lhe deixou seqüelas para o resto da vida.
No ano de 1924 terminou o antigo curso primário e não mais voltou a estudar.
Mudou de trabalho, empregando-se como caixeiro de venda, ainda em horários
extensos. Apesar de católico devoto e das incontáveis penitências e contrições
prescritas pelo padre confessor, não parou de ter visões e nem de conversar com
espíritos.

O contato com a Doutrina Espírita

Em 1927, então com dezessete anos de idade, Francisco perdeu a madrasta
Cidália, e se viu diante da insanidade de uma irmã, que descobriu ser causada
por um processo de obsessão espiritual. Por orientação de um amigo, Francisco
iniciou-se no estudo do espiritismo. No mês de maio desse mesmo ano recebeu
nova mensagem de sua mãe, na qual lhe era recomendado o estudo das obras de
Allan Kardec e o cumprimento de seus deveres. Em junho, ajudou a fundar o
Centro Espírita Luiz Gonzaga, em um simples barracão de madeira de propriedade
de um seu irmão. Em julho, por orientação dos espíritos seus mentores , iniciou-se
na prática da psicografia, escrevendo 17 páginas. Nos quatro anos subseqüentes
aperfeiçoou essa capacidade embora, como relata em nota no livro Parnaso de
Além-Túmulo, ela somente tenha ganhado maior clareza em finais de 1931. Desse
modo, pela sua mediunidade começaram a manifestar-se diversos poetas falecidos,
somente identificados a partir de 1931. Em 1928 começou a publicar as suas
primeiras mensagens psicografadas nos periódicos O Jornal, do Rio de Janeiro, e
Almanaque de Notícias, de Portugal.
As primeiras obras

Em 1931, em Pedro Leopoldo, iniciou a psicografia da obra "Parnaso de
Além-Túmulo". Esse ano, que marca a "maioridade" do médium, é o
ano do encontro com seu mentor espiritual Emmanuel, "...à sombra de uma
árvore, na beira de uma represa..." (SOUTO MAIOR, 1995:31). O mentor
informa-o sobre a sua missão de psicografar uma série de trinta livros, e
explica-lhe que para isso são lhe exigidas três condições: "disciplina,
disciplina e disciplina". Severo e exigente o mentor instruiu-o a
manter-se fiel a Jesus e a Kardec, mesmo na eventualidade de conflito com a sua
orientação.
Em 1932 foi publicado o "Parnaso de Além-Túmulo" pela Federação
Espírita Brasileira (FEB). A obra, coletânea de poesias ditadas por espíritos
de poetas brasileiros e portugueses, obteve grande repercussão junto à imprensa
e à opinião pública brasileira, e causou espécie entre os literatos
brasileiros, cujas opiniões se dividiram entre o reconhecimento e a acusação de
pastiche. O impacto era aumentado ao se saber que a obra tinha sido escrita por
um "modesto caixeirinho" de armazém do interior de Minas Gerais, que
mal completara o primário. O espírito de sua mãe aconselhou-o a não responder
aos críticos.
Os direitos autorais das suas obras são concedidos à FEB. Neste período inicia
a sua relação com Manuel Quintão e Wantuil de Freitas. Ainda neste período
descobriu ser portador de uma catarata ocular, problema que o acompanhou o
resto da vida. Os espíritos seus mentores, Emmanuel e Bezerra de Menezes,
orientam-no para tratar-se com os recursos da medicina humana e não contar com
quaisquer privilégios dos espíritos. Continua com o seu emprego de caixeiro e a
exercer as suas funções no Centro Espírita Luís Gonzaga, atendendo aos
necessitados com receitas, conselhos e psicografando as obras do Além. Paralelamente,
inicia uma longa série de recusas de presentes e distinções, que também
perdurará por toda a vida, como por exemplo, a de Fred Figner, que lhe legou
vultosa soma em testamento, repassada pelo médium à FEB. Com a notoriedade,
prosseguem os ataques de adversários que tentam desmoralizá-lo, e de inimigos
espirituais, que buscam atingi-lo com fluidos negativos e tentações.
O processo da
viúva de Humberto de Campos
No decorrer da década de 1930, destacaram-se ainda a publicação dos romances
atribuídos a Emmanuel e da obra "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do
Evangelho", atribuída ao espírito de Humberto de Campos, onde a história
do Brasil é interpretada de forma mítica e teológica. Esta última obra trouxe
como conseqüência uma ação judicial movida pela viúva do escritor, que pleiteou
por essa via os direitos autorais pelas obras psicografadas, caso se
confirmasse a autoria do famoso escritor maranhense. A defesa do médium foi
suportada pela FEB, e resultou, posteriormente, no clássico "A Psicografia
Perante os Tribunais", do advogado Miguel Timponi. Em sua sentença, o juiz
decidiu que os direitos autorais referiam-se à obra reconhecida em vida do
autor, não havendo condição do tribunal se pronunciar sobre a existência ou não
da mediunidade. Ainda assim, para evitar possíveis futuras polêmicas, o nome do
escritor falecido foi substituído pelo pseudônimo "Irmão X".
Neste período, Francisco ingressou no serviço público federal, como Auxiliar de
Serviço no Ministério da Agricultura. Como curiosidade, refere-se que, em toda
a sua carreira como funcionário público, não existe registro de qualquer falta
ao serviço.
Nosso Lar
Em 1943 vem a público uma das obras mais populares da literatura espírita no
país, o romance "Nosso Lar", o mais vendido e divulgado da extensa
obra do médium. Este é o primeiro de uma série de livros cuja autoria é
atribuída ao espírito André Luiz.
Neste período, a celebridade de Chico Xavier é crescente, e cada vez mais
pessoas o procuram em busca de curas e mensagens, transformando a pequena
cidade de Pedro Leopoldo, em um centro informal de peregrinação. Tendo morrido
na miséria o seu antigo patrão, José Felizardo, o médium empenha-se em
arranjar-lhe um sepultamento digno, pedindo doações de casa em casa para esse
fim. De acordo com o seu biógrafo Ubiratan Machado, "...até mesmo um
mendigo cego doou-lhe toda a féria do dia". (MACHADO, 1996:53).
O caso Amauri
Pena
Em 1958 o médium viu-se no centro de uma nova polêmica, desta vez por conta das
denúncias de um sobrinho, Amauri Pena, filho da irmã curada de obsessão. O
sobrinho, ele mesmo médium psicógrafo, anunciou-se pela imprensa como falso
médium, um imitador muito capaz, acusação que estendeu ao tio. Chico Xavier
defendeu-se, negando ter qualquer proximidade com o sobrinho. Já com antecedentes
de alcoolismo e com sérios remorsos pelos danos causados à reputação do tio,
Amauri foi internado num sanatório psiquiátrico em São Paulo, aonde veio a
falecer.
A parceria
com Waldo Vieira

No mesmo período, Chico Xavier conheceu o jovem médico e médium Waldo Vieira,
em parceria com quem psicografou diversas obras em comum, até à ruptura de
ambos, alguns anos depois.
Em 1959 estabeleceu residência em Uberaba, onde viveu até ao fim de seus dias.
Continuou a psicografar inúmeras obras, passando a abordar os temas que marcam
a década de 1960, como o sexo, as drogas, a questão da juventude, a tecnologia,
as viagens espaciais e outros. Uberaba, por sua vez, tornou-se centro de
peregrinação informal, com caravanas a chegar diariamente, de pessoas com esperança
de um contato com parentes falecidos. Neste período popularizam-se os livros de
"mensagens": cartas ditadas a familiares por espíritos de pessoas
comuns. Prosseguem também as campanhas de distribuição de alimentos e roupas
para os pobres da cidade.
Em 22 de maio de 1965 Chico Xavier e Waldo Vieira viajaram para Washington,
Estados Unidos, a fim de divulgar o espiritismo no exterior. Com a ajuda de
Salim Salomão Haddad, presidente do centro Christian Spirit Center, e sua
esposa Phillis, estudaram inglês e lançaram o livro "Ideal Espírita",
com o nome de "The World of The Spirits".
As entrevistas no programa televisivo Pinga-Fogo
No alvorecer da década de 1970, Chico participou de programas de televisão que
alcançaram picos de audiência. Nessa década, além da catarata e dos problemas
de pulmões, passou a sofrer de angina. Passou ainda a ajudar pessoas pobres com
o dinheiro da vendagem de seus livros, tendo para tanto criado uma fundação.
As décadas de 1980 e 1990
Em 1981 foi proposto para o Prêmio Nobel da Paz, que não ganhou. Neste período
a sua fama ampliou-se no exterior, com diversas de suas obras sido vertidas em
diversas línguas, assim como ganhou adaptações para telenovelas.
Ao final da década de 1990 o médium contava com mais de 400 títulos de livros
psicografados. Nesse período estimava-se em aproximadamente 50 milhões os
livros espíritas circulando no Brasil, dos quais 15 milhões eram atribuídos a
Chico Xavier e 12 milhões a Kardec (SANTOS, 1997:89).
No ano de 1994 o tablóide estadunidense National Examiner publicou uma matéria
em que, no título, declarava que "Fantasmas escritores fazem romancista
milionário". A matéria foi alardeada no Brasil com destaque pela hoje
extinta revista Manchete, com o título de "Secretário dos Fantasmas",
onde se declarava que, segundo informava a "National Examiner", o
médium brasileiro ficou milionário, havendo ganhado 20 milhões de dólares como
"secretário de fantasmas". A revista Manchete continuava:
"Segundo o jornal, ele é o primeiro a admitir que os 380 livros que lançou
são de 'ghost-writers', mas 'ghosts' mesmo, em sentido literal",
concluindo "Chico simplesmente transcreve as obras psicografadas de mais
de 500 escritores e poetas mortos e enterrados."
O médium não respondeu, mas a FEB, por seu então Presidente Juvanir Borges de
Souza, editora de boa parte das obras de Chico Xavier, enviou uma carta à
revista em que informava utilizar os direitos autorais e remuneração pelas
obras de Francisco Cândido Xavier, para uso da caridade, o mesmo se passando
com outras editoras, ressaltando que "os direitos autorais são cedidos
gratuitamente, visando tornar o livro espírita bastante acessível e contribuir,
destarte, para a difusão da Doutrina Espírita."
O mesmo Presidente da FEB, em 4 de outubro daquele ano, por ocasião do I
Congresso Espírita Mundial, apresentou uma "moção de reconhecimento e de
agradecimento ao médium Francisco Cândido Xavier", aprovada pelo Conselho
Federativo Nacional da FEB, em proposta apresentada pelo Presidente da
Federação Espírita do Estado de Sergipe. No documento, as entidades
representativas do Espiritismo no Brasil devotavam a sua gratidão e respeito ao
médium "pelos intensos trabalhos por ele desenvolvidos e pela vida de
exemplo, voltados ao estudo, à difusão e à prática do Espiritismo, à
orientação, ao atendimento e à assistência espiritual e material aos seus
semelhantes".

Falecimento
O médium faleceu aos 92 anos de idade em decorrência de parada cardiorrespiratória.
Conforme relatos de amigos e parentes próximos, Chico teria pedido a Deus para
morrer em um dia em que os brasileiros estariam muito felizes, e que o país
estaria em festa, por isso ninguém ficaria triste com seu passamento. O país
festejava a conquista da Copa do Mundo FIFA de 2002 no dia de seu falecimento.
Antes de sua morte, ele havia deixado uma espécie de código com
pessoas de sua confiança para que pudessem ratificar a sua presença quando
houvesse um contato. Já nos aproximamos do décimo ano de sua morte e nenhum
contato confirmando o código foi feito até ao momento.
“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um
novo começo, qualquer um pode começar agora e faze um novo fim.”
Chico Xavier
Fonte: Wikipedia