1 - Deus - Espírito - Matéria - Fluido Cósmico:
Para melhor compreensão do fenômeno mediúnico, é importante se estabeleça a interdependência entre o corpo, o perispírito e o Espírito.Para tanto, imprescindível aceitemos seguramente a existência e sobrevivência deste.
Allan Kardec afirma: Antes de travarmos qualquer discussão espírita importa indaguemos se o nosso interlocutor conta com esta base:
CRER EM DEUS
CRER NA IMORTALIDADE DA ALMA
CRER NA SOBREVIVÊNCIA DA VIDA APÓS A MORTE
Sem isso seria tão inútil ir além, com querer demonstrar as propriedades da luz a um cego que não a admitisse.
Assim sendo, relembremos, com a Doutrina Espírita:
DEUS - Inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas.Nosso pai e criador.
ESPÍRITO - Princípio inteligente do universo.O elemento espiritual individualizado constitui os seres chamados ESPÍRITOS; do mesmo modo que o elemento material individualizado constitui os diversos corpos da natureza, orgânicos e inorgânicos.
MATÉRIA - Princípio que dá origem e formação aos corpos.Instrumento de que se serve o Espírito e sobre o qual ao mesmo tempo exerce a sua ação.
FLUIDO CÓSMICO - Desempenha papel de intermediário entre o espírito e a matéria, propriamente ditas, por demais grosseira para que o Espírito possa exercer diretamente ação sobre ela.
É fluido, como a matéria é matéria, e suscetível, pelas suas inumeráveis combinações com esta e sob a ação do espírito, de produzir a infinita variedade das coisas de que apenas conhecemos uma parte mínima.Este fluido universal, sendo o agente de que o Espírito se utiliza, é o princípio, sem o qual, a matéria estaria em perpétuo estado de desagregação e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá.
Abstraindo-se o Espírito, tudo o que existe no Universo é oriundo do fluido cósmico, não só o princípio material, quanto as leis que o regulam, tudo nele se alicerça.O fluido magnético e o fluido vital são apenas algumas das inúmeras modificações do fluido cósmico.
Pela sua característica de extrema maneabilidade e variadas funções, podemos dizer que se a matéria é manipulada pelo homem, as criaturas fluídicas são elaboradas mentalmente pelos Espíritos (encarnados ou desencarnados), uma vez que o fluido obedece ao seu comando mental.
André Luiz assim o conceitua: “O Fluido cósmico é o plasma divino, hausto do criador ou força nervosa do Todo-Sábio. Neste elemento primordial vibram e vivem constelações e sóis, mundos e seres, como peixes no oceano”.
2 - CORPO - ESPÍRITO - PERISPÍRITO:
Quando encarnado, o homem constitui-se de:
CORPO FÍSICO- Componente material análogo ao dos animais.
É, ao mesmo tempo, invólucro e instrumento de que se serve o Espírito.
De vida efêmera, sujeita-se às transformações da matéria.
À medida que o Espírito adquire novas aptidões, pelas reencarnações, utiliza-se de corpos físicos mais aperfeiçoados, condizentes com suas novas necessidades.
ESPÍRITO- Alma ou componente imaterial.
O progresso é a sua condição normal e a perfeição a meta a que se destina.
Imortal, preexiste e subsiste ao corpo físico que lhe serve de instrumento.
Retornando ao Plano Espiritual, após o desencarne, conserva a sua individualidade, preparando-se para novas metas em sua ascensão evolutiva.
PERISPÍRITO- Envoltório fluídico de que se serve o Espírito em suas manifestações extra-físicas.
Semi-material, participa ao mesmo tempo da matéria pela sua origem e da espiritualidade pela sua natureza etérea.
Corpo espiritual que durante a reencarnação serve de elo entre o corpo físico e o Espírito.
3 - O PERISPÍRITO:
O perispírito, ou corpo fluídico, também conhecido como corpo astral, psicossoma, corpo celeste e outras denominações, é o corpo de que se serve o Espírito como veículo de sua manifestação no Plano Espiritual e como intermediário entre o corpo e o espírito quando encarnado.
Para melhor entendimento do perispírito, analisaremos este assunto sob os seguintes prismas: constituição, função, apresentação e propriedades.
CONSTITUIÇÃO
De natureza sutil, o perispírito é constituído do FLUIDO UNIVERSAL inerente ao globo em que estagia, razão porque não é idêntico em todos os mundos.
Sua natureza está em relação direta com o grau de adiantamento moral do Espírito; daí decorre que o mesmo se modifica e se aprimora com o progresso moral que conquiste.
Enquanto as entidades superiores formam o seu perispírito com os fluidos mais etéreos do plano em que estagiam, as inferiores formam dos fluidos mais densos, ou grosseiros, pelo que, seu perispírito chega a confundir-se, na aparência com o corpo físico.
FUNÇÃO
O Espírito pela sua essência é um ser abstrato, que não pode exercer ação direta sobre a matéria bruta.Precisa de um elemento intermediário (fluido universal), daí a necessidade do envoltório fluídico - o perispírito.
O perispírito faz do Espírito um ser definido, tornando-o capaz de atuar sobre a matéria tangível.É, assim, o traço de união entre o Espírito e a matéria.
Quando encarnado, o Espírito se vale do perispírito para atuar sobre o corpo e sobre o meio ambiente e, por seu intermédio, recebe sensações dos mesmos.
Despojado do corpo físico, pela desencarnação, o Espírito permanece com o perispírito, veículo de sua manifestação no Plano Espiritual.
APRESENTAÇÃO
O perispírito toma a forma que o Espírito queira.
Atuando sobre os fluidos espirituais, por meio do pensamento, e da vontade, os Espíritos imprimem a esses fluidos tal ou qual direção:Aglomeram-nos, combinam ou dispersam, forma conjuntos de aparência, forma e cor determinadas.
Essas transformações, obedecendo a vontade do Espírito, permitem-lhe ter ou apresentar-se com a forma que mais lhe agrade.Podendo, num dado momento, alterar sua aparência instantaneamente.
Essas transformações podem ser o resultado de uma intenção ou o produto de um pensamento inconsciente.Se num ambiente o Espírito apresenta-se com a aparência de sua última existência, pode, inconscientemente, modificar-se no recinto; algo, ou alguém o faz recordar-se de uma precedente reencarnação.Tão logo desliga o seu pensamento do passado, retorna à aparência atual.
PROPRIEDADES
Um Espírito pode, portanto, apresentar-se ao médium com a aparência de uma existência remota (vestuário ou outros sinais característicos da época, inclusive cicatrizes, etc), embora isto não signifique que ele conserve normalmente essa aparência, mas sim a de vidas posteriores (geralmente a última experiência na Terra).
Mesmo um Espírito apenas intelectualmente desenvolvido, embora moralmente atrasado, pode apresentar-se ao médium sob a aparência que deseje (pela disposição do seu pensamento), até mesmo de uma outra entidade, num processo de mistificação espiritual.
Normalmente, no entanto, o perispírito retrata a condição íntima do Espírito, razão pela qual, premido por um estado consciencial de culpa, este se apresenta portando inibições, defeitos, aleijões, ou problemas outros, dos quais, embora o desejasse, não se pode furtar.
4 - REFERÊNCIAS:
(1) “O Livro dos Médiuns” - FEB - Rio de Janeiro - 29ª edição.
(2) “O Livro dos Espíritos” - FEB - Rio de Janeiro - 30ª edição.
(3) “Evolução em Dois Mundos” - FEB - Rio de Janeiro - 1ª edição.
(4) “A Gênese Segundo o Espiritismo” - FEB - Rio de Janeiro - 9ª edição
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